Distribuir palavras talvez possa ser fraqueza e deixa à mostra do inimigo alguma insensatez. Melhor não dizer. Melhor calar-se e mostrar-se sorrateiramente. Deixa assim, o dito pelo não-dito. E ficamos bem.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Talvez esse aroma. Essa brisa estranha ainda me rodeie, talvez alguns desses sorrisos sejam mais destrambelhados que eu mesma, talvez nem eu saiba o que é isso tudo. Talvez nem queira mesmo saber... No final das contas, é sempre aquele rodeio, ciclo de pontas, entre-cortadas. Julgo não saber o inconsciente, pretendo apegar-me ainda mais ao meu vício.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Silêncio... sim

não sou o silêncio
que quer dizer palavras
ou bater palmas
pras performances do acaso

sou um rio de palavras
peço um minuto de silêncios
pausas valsas calmas penadas
e um pouco de esquecimento

apenas um e eu posso deixar o espaço
e estrelar este teatro
que se chama tempo

(Paulo Leminski)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Bodas de um então

Mais um encontro... em meio a tantos desencontros. Uma data, uma comemoração, um crescimento. Vivências tardias, o florescer de uma nova manhã. Um coração atento e detalhes instigantes, em negrumes e anis. Quisera, quem sabe, retroceder... outras datas... Salvação. Embriaguez proposital e dilacerante. Há palavras medeadas e um ser em exaustão, que procura e não se encontra. Outro dia, outra esperança, e uma fé sempre persistente. Há vacilos e tropeços e uma vontade intensa de não se deixar ficar. E ir... descalço, pé no chão, queimando-se ao sol, mas no chão. Um vento e uma liberdade, comprada a lágrimas, em dor, em angústia, em humilhação. Acalma-te, coração. Não é preciso se acelerar de novo. O novo se abre, uma nova brisa te refresca, num novo dia que é só TEU.

Maysa Sales