Por que vivo morto?
Tem gente que enquanto vive morre um pouquinho a cada dia.
Tem gente que morre e vive infinitamente mais.
Naquela foto, naquela carta, naquela lembrança.
No porta-retrato vazio e tão cheio de um amanhã que não chegou.
Naquela despedida fria e morna.
Ou naquela despedida que nem aconteceu.
E que morreu sufocada.
De olhares que se calaram, de vozes que se abafaram.
Do aperto profundo daquele peito.
De anéis jogados ao vento.
De lembranças desenraízadas e desmemoriadas.
Vidas que gritam por tanto amanhã e gritos mortos de tanto passado.
Holograma. Está, mas não está. Se desfaz, se irrompe, não reverbera.
Ou reverbera. Naquele momento em que é para sempre.
Para nunca.
Enterrar é doloroso é ratificar para si que acabou. Fim da linha.
Game over. Deadline.
Maysa Sales
... fim da linha.
ResponderExcluirfinda linha
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